FIREMAN

"Máscara"

"A idade de Cristo"

"ABORTO"

Morto.

sem defesa,

sem culpa,

aborto.

O JARRO

Caras e bocas
triste ou feliz?
que importa agora
onde está o nariz?

Serve de vaso,
medíucre função
sem flores vazio,
solidão.

Iluminada

"STONE PAINTED"

Nua já é poesia
mas como folha em branco, desafia
a criar sobre textura
tão nobre alegoria


beleza? que nada, vou pintando sem pensar
quero ver a "quatro lados"
onde essa arte vai dar!

O Plátano

E como não lembrar das tardes infindáveis que passavamos sobre seu galhos generosos...
daquele frio na barriga que o medo de cair proporcionava, entre sensações e sentimentos...
de poder explorar até o mais alto que conseguíamos chegar, entremeio a estrutura rígida feito concreto, de coloração pincelada pela natureza...
Ainda está lá, com sua juventude centenária, para as novas gerações que virão...
Imponente, sóbrio e belo, Plátano!

"CARRO-BOMBA"

suicida é o homem

que morre pra matar

sua sede de sangue

não pode saciar

é maior que o medo

é dor

é apelo

é certo do erro

é morrer

em desespero

"Cenário de Improviso"

a subida é longa

e a idade também

as pernas já cansadas

lamentam o vai-e-vem

o muro vira banco

cenário de improviso

pra arte descansar

sem dor, sem aviso

O GATO

Instinto felino

repentino,

de olhar mágico

ou trágico

hipnotiza,

assim

feito Monalisa

qualquer sentido

um sexto talvez

é gato ferido

é gato burguês

de cor não sei

se é gato siamês

atropelado mais um

na rua outra vez

Ferrovia

Pelos trilhos caminho

em caminho que não é meu

que não é de ninguém

onde estará Maria?

onde estará meu trem?

só me restou a lembrança

que agora vaga comigo

de tão saudosa infância

que outrora havia partido

Instalação

Arquitetura Visionária

Ser arquiteto é poder imaginar edificações e simular a fantasia de estar nelas...

A Perfeita Harmonia

VAGALUME

Em meu quarto escuro ele brilha,

será alucinação?

fantasma?

ficção?

não.

é apenas um vagalume,

que agora pego na mão,

ele me diz bem baixinho:

procure a luz,

aquela

que vem do coração!

Monumento Frei Bruno

Cresci subindo em árvores, sentindo o vento balançar, vendo os cipós serpentearem seus caules...

Ossos do Ofício

Da morte pra vida
pois ali não se finda
sobrevive na arte
e nela se vinga!

A inquietude do ser

Ó rotina que mata

assim, lentamente

que a arte me liberte

dessa tortura da mente